Pé dentro, pé fora


Patente de 7 de março a 12 de junho de 2020

Pintura construída em camadas sobrepostas de colagem, desenho e cor, onde os corpos quase se desmaterializam, reduzindo-se muitas vezes a fragmentos sugeridos por suaves linhas de contorno. Surge a representação de figuração, em registo subtil e insinuante, captando instantes e aspetos fragmentários, ocultando e gerindo formas genéricas do corpo ou texto, com referência direta a qualquer inquietação.

Reproduz sem preocupação de fidelidade um universo intimista, tendo por base objetos e situações próximos. A pintura afirma-se assim, como representação duma certa realidade, permitindo amplas interpretações.

As situações/ações são sempre ambivalentes, muitas vezes violentas, numa ténue linha divisória entre o prazer e dor. Todavia, pintar é sempre um ato de prazer, nunca se perdendo a força matriz do ato criativo.

Dulce Castro

A peça de arte (forma e cor, contornos e tons) espelha a observação de elementos do ambiente. Na natureza, o ar brilhante, a água índigo e o calor ocre inspiram a escura terra na sua criação esplendorosa. No atelier, um olhar atento e as mãos hábeis fazem brotar a recriação deslumbrante. Logo a natureza é a semente da inspiração e a casca molduradora da obra artística.

Graça Luísa Silva