Banda Música Espinho

De acordo com Francisco Azevedo Brandão, a 9 de dezembro de 1926 a Banda do Soqueiro, que havia sido fundada em 1839, na freguesia de Argoncilhe, concelho da Feira, por intermédio de José Alves Neves, pai de Joaquim Alves de Sousa Neves (que ficou popularmente conhecido por o "Soqueiro"), passou a "denominar-se oficialmente Banda de Música dos Bombeiros Voluntários de Espinho, conservando, no entanto, a sua autonomia, por escritura notarial com aquela data, assinada por Joaquim Moreira da Costa Júnior, pelos Bombeiros e Ilídio de Sousa Neves, por parte da Banda." Esta informação faz supor o fim da Banda do Soqueiro e a sua integração na Banda de Música dos Bombeiros de Espinho, mas com gestão autónoma da corporação de bombeiros. Nos anos 30 aparece como regente da banda, Ilídio de Sousa Neves e nas décadas de 50 e 60, Joaquim Teixeira, exímio professor e regente de várias bandas filarmónicas, António Martins e Manuel Gomes, ambos membros da Orquestra Sinfónica do Porto, e João da Costa Baltasar, com lições de solfejo e instrumentos por João Sá e Guilherme Faria Fernandes, que foi um grande benemérito da Banda e cuja ação e mecenato contribuiu para a sobrevivência desta coletividade.

A 13 de março de 1974 era constituída a Banda de Música de Espinho (dos Bombeiros Voluntários de Espinho), com a aprovação dos seus estatutos por escritura pública lavrada no 1º Cartório da Secretaria Notarial da Feira, os quais foram outorgados por Vítor Manuel dos Reis e Silva, Alberto Fernandes Padrão e Delfim Pereira Lancha, todos institucionalmente ligados aos Bombeiros V. de Espinho. A Banda ensaiava na sede dos bombeiros e usufruía de transporte gratuito efetuado nas viaturas dessa corporação.


No decorrer do ano de 1994 a Banda de Música ganhou total autonomia, quebrando a sua ligação aos Bombeiros Voluntários de Espinho. Por este motivo,  passou a denominar-se de "Banda de Música da Cidade de Espinho". Na sua direção artística salientam-se os nomes de Daniel Farrapa, Boaventura Moreira, Manuel Pleno, Major Gonçalves, Fernando Baptista, Rodolfo Campos e Jaime Rego. A Orquestra Ligeira foi constituída em 1996 sob direção de Rodolfo Campos e o primeiro CD, gravado em 2001, contou com a regência de Jaime Rego. Mas foi a partir de 2005 com a entrada para diretor artístico do Maestro Hélder Tavares que a coletividade começou a ganhar outra dinâmica e visibilidade, divulgando a cidade de Espinho por todo o país e na vizinha Espanha.

A organização, em conjunto com a Junta de Freguesia de Espinho, do "I Festival Ibérico de Bandas Filarmónicas", a participação no "Concurso de Bandas Filarmónicas da Cidade de Aveiro" e no "Festival Hispano-Luso de Bandas de Música e Ensemles de Viento", presença neste último festival que tem sido constante ao longo de mais de uma década, posicionaram a Banda de Música de Espinho como uma referência no conjunto das bandas civis existentes em Portugal. A qualidade do trabalho desenvolvido por Hélder Tavares permitiu, por um lado, a gravação em 2007 de um segundo CD, com o título "Apelo ao Mar", que incluiu reportório exclusivo de compositores portugueses, e por outro lado, as presenças no "Festival Filarmonia ao mais alto nível", no Europarque, em Santa Maria da Feira, em concertos na Casa da Música, no Porto, e no "Concurso Atneu Artístico Vilafranquense", alcançando o 1º Prémio na 1ª Categoria nas edições de 2008 e 2010. 

A Banda de Música de Espinho vem participando em projetos inovadores no meio filarmónico, com destaque para a realização de concertos multimédia, acompanhando em simultâneo a projeção de filmes com a interpretação das suas bandas sonoras, e também na conceção do projeto musical das Galas do Desporto de Espinho. Desde o ano de 2008 tem promovido com sucesso um estágio dirigido aos seus músicos, proporcionando-lhes o contato com diretores artísticos nacionais e internacionais conceituados como são os casos de José Ignacio Petit, Délio Gonçalves, Francisco Ferreira, Luís Clemente, Denis Laile e Alberto Roque. O projeto da criação da sua Orquestra Jovem, iniciado em 2015, tem envolvido jovens músicos, oferecendo-lhes formação musical gratuita e o desenvolvimento de competências na área da orquestra de sopros.

Com auditório para ensaios no Forum de Arte e Cultura de Espinho (FACE), a Banda de Música da nossa cidade é constituída por cerca de 60 músicos, dirigidos pelo Maestro Hélder Tavares, e a sua direção composta por Pedro Santos (presidente), António Faria, Daniela Sousa, João Paulo Lima, Jorge Soares, José Martins e Volodymyr Deyneka.